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E Agora Como É Que É

“E Agora Como É Que É” é a obra mais mais plural de toda a discografia do artista Chico da Tina. Nela há espaço para tudo: aparições do trapstar minhoto de sotaque vincado e língua afiada que se deu a conhecer e que se tornou viral em 2019, como são exemplo as faixas “VianaViceCity”, “Shopping” ou “Resort” (single de platina); laivos daquele Chico mais misterioso envolto em túnicas e versado em línguas que não existem e que vimos com mais nitidez em “Freicken” (é “Dior Freestyle”, neste novo projecto, a faixa continuadora dessa senda); o Chico amante de plugg trap e de instrumentais mais relaxados marca também presença nas faixas “Ronaldo” (single de platina), “Chico Uzi Vert” ou “Todo o Dia”; mas também – e esta parece ser uma das novidades – descobrimos um Chico que se despede, acompanhado por uma “banda digital”: bateria, baixo e teclado, num tema tanto surpreendente quanto atípico em todo o seu reportório. Estará a despedir-se do quê, de quem? Da sua carreira? Da sua vida? Do seu disco? O enigma persiste…

Outro aspecto que salta à vista em “E Agora Como É Que É”, tanto nos visuais como em alguns dos temas (especialmente em “Nós Pimba”), é uma certa orientação estética de pendor futurista e tecnológico. A centralidade que o relicário assume neste projecto corrobora-o. É que o relicário é – para todos os efeitos – um relicário digital. Nele vemos estrelas e outros pormenores esculpidos que nos parecem remeter para uma dimensão espacial. Também os três artistas convidados – Tripsyhell, VirginGod e Eddy0, colegas de Chico da Tina no colectivo SUPERNOVA SOCIETY – corroboram essa estética futurista/digital em estilos emergentes como o glitchore, hyperpop ou o já referenciado plugg.

Longe de ser uma mera recompilação de sonoridades e temáticas revisitadas pelo artista, este novo disco é o culminar desses mesmos registos, agora aprimorados e entretecidos com novos elementos visuais e sonoros.