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MARINA SENA LANÇA “COISAS NATURAIS”
Com o dom raro de transformar sentimentos em poesia e melodias que ecoam na alma, Marina Sena está de volta com Coisas Naturais, o seu aguardado novo álbum, lançado nesta segunda-feira, 31 de março. A cantora e compositora mineira, conhecida pela sua autenticidade e sensibilidade única, entrega mais uma obra-prima, reforçando o seu lugar como um dos grandes nomes da música contemporânea. O novo trabalho reafirma a singularidade artística de Marina, que aprofunda a sua identidade sonora. Trazendo uma rica coleção de ritmos, o disco é uma verdadeira “marinada” musical, em que diferentes influências se entrelaçam com naturalidade, resultando num som autêntico e cheio de personalidade. Entre as faixas, está Numa Ilha, lançada em dezembro do ano passado, além de Ouro de Tolo, escolhida como focus track do projeto.
O processo criativo do álbum teve início há mais de um ano e foi marcado por uma imersão intensa numa fazenda, no interior de São Paulo. Foi nesse cenário inspirador que as primeiras composições ganharam forma, onde a espontaneidade e a experimentação foram os principais guias. Músicos de diferentes trajetórias uniram-se a Marina nesse percurso, incluindo membros de A Outra Banda da Lua, de Montes Claros, criando um ambiente fértil para a composição da artista. As sessões continuaram noutros espaços, como a Casa da Música Brasileira (ZUCA) – equipamento cultural idealizado por Marina, num estúdio intimista montado especialmente para a cantora e compositora, onde pode concluir o processo de gravação do novo álbum. Foram mais de 12 meses de dedicação, a cada detalhe até aos últimos dias antes do lançamento.
“Esse álbum foi muito diferente de tudo o que já fiz. O processo de composição começou há mais de um ano e foi muito intenso. A gente montou um estúdio no meio da sala, numa fazenda, e tudo foi surgindo de forma muito espontânea, com a banda tocando junto, experimentando. Foi um trabalho de criação coletiva, algo que eu queria muito viver. Esse sempre foi um sonho da Marina de Taiobeiras: poder reunir um pessoal, com uma estrutura legal e fazer uma imersão, alugar uma fazenda e criar música desse jeito. Mas, no começo da minha carreira solo, com os primeiros discos, eu ainda não conseguia parar, porque tinha toda uma agenda a cumprir, uma correria enorme. Dessa vez, eu consegui esse tempo para realizar esse sonho e fazer o álbum exatamente da forma que eu imaginava” – empolga-se Marina.
Além da sonoridade plural, Coisas Naturais também marca um novo momento na performance vocal de Marina Sena. Durante a preparação para o álbum, a artista passou por um processo intenso de aprimoramento técnico ao lado da professora de canto Blacy Gulfier. Este mergulho profundo na própria voz permitiu que Marina explorasse novas nuances e expandisse as suas possibilidades interpretativas, trazendo ainda mais precisão e emoção a cada faixa. O resultado é um disco que não apenas amplia o seu repertório musical, mas também evidencia a sua constante evolução como cantora e compositora.
“Me dediquei muito ao estudo da minha voz para este álbum. Chegamos a um ponto na produção em que eu disse: ‘Quero cantar assim’, e então fui moldando minha interpretação com precisão, encontrando o tempo e a expressão certos para cada faixa. Foi um processo intenso, uma pesquisa profunda. Acho que todas as vozes do álbum soam diferentes do que eram antes, porque me desafiei a sair da minha zona de conforto e explorar novos lugares na minha forma de cantar” — ressalta a artista.
Dois dos temas contam com colaborações internacionais, dando ainda mais força à identidade plural de Coisas Naturais: Tokito, com Gaia e Nenny, e Doçura, com a banda colombiana Çantamarta. Cada uma dessas parcerias surgiu de maneira espontânea e trouxe elementos únicos para o álbum, reforçando a versatilidade de Marina Sena e a sua naturalidade em viajar por diferentes linguagens musicais.
Tokito nasceu durante a passagem da cantora por Portugal, onde ela inicialmente convidou Gaia e Nenny para colaborações distintas. No entanto, ao observar a complementaridade entre os estilos das duas artistas, Marina percebeu que a junção das duas vozes traria um resultado ainda mais potente. O encontro resultou numa faixa vibrante, que mistura influências da música brasileira, latina e do R&B contemporâneo, criando uma atmosfera envolvente e cheia de frescura.
Já Doçura, que conta com um sample de rabeca de Zé Côco do Riachão, de Brasília de Minas, e de Tino Gomes, do Grupo Raízes, de Montes Claros – ambos representantes da região norte de Minas Gerais – demonstra uma celebração às origens, reforçando o compromisso de Marina em manter viva a memória e a riqueza cultural de sua terra, mostrando as tradições que a inspiram na construção da sua identidade musical. A faixa teve um processo criativo igualmente especial. A ligação entre Sena e Çantamarta vem de longa data, desde os tempos de De Primeira, quando passaram a seguir-se nas redes sociais. A parceria concretizou-se agora, a partir de uma ideia inusitada: ao cantar livremente, Marina viu-se a traduzir uma canção da banda e decidiu partilhar a sua versão com eles. A troca foi imediata, e o grupo respondeu com uma nova parte original, enriquecendo a composição com a essência da Colômbia. Marina adaptou a letra com elementos brasileiros, inserindo referências como a cachaça e Gilberto Gil, enquanto Çantamarta trouxe novas camadas melódicas e texturas sonoras. O resultado é uma fusão sofisticada de ritmos latinos, em que Brasil e Colômbia se encontram de maneira orgânica e surpreendente.
“Durante um dos processos de composição, estávamos brincando com um sample do Zé Coco do Riachão, artista muito importante para o norte de Minas e para o Brasil, comecei a cantarolar uma melodia e, quando percebi, estava traduzindo uma música original da banda Çantamarta, chamada ‘Lluvia’. Então, pensei: ‘vou mandar essa tradução para ver se eles querem colaborar’. A gente já se seguia desde os tempos do ‘De Primeira’ e, ao enviar a versão adaptada, eles responderam com uma nova parte que expandiu a ideia original, transformando a música em algo totalmente novo. Assim, nasceu o feat com Çantamarta na faixa ‘Doçura’”, conta a compositora.
Com direção criativa de Vito Soares e Marcelo Jarosz, que já colaboraram com Marina Sena nos seus álbuns anteriores, as imagens continuam a ser um ponto forte na construção de sua identidade artística. No álbum Coisas Naturais, essa força visual manifesta-se por meio de uma estética de colagem, tanto nas cenas quanto no ambiente, resultando numa experiência sensorial intensa. O videoclipe oficial da focustrack não segue uma narrativa linear, mas funciona como a base para os visuais desmembrados de cada faixa, explorando diferentes emoções de Marina — da contemplação à explosão. A câmara torna-se um personagem, com quem ela dialoga, seduz e confronta. “Ouro de Tolo” vai ter ainda um videoclipe B, apostando numa estética crua, foi todo filmado em VHS para intensificar a proximidade com o público. A capa e o material fotográfico seguem essa ideia de sobreposição de referências, resgatando elementos que reforçam sua identidade artística.
“O clipe não tem uma história, ele é uma interpretação livre quando juntamos as imagens. Podemos dizer que ele também é uma colagem, seja na junção das cenas ou no próprio set, onde criamos espaços e fomos incorporando elementos. Por exemplo, um quarto que depois ganha uma mesa de jantar, um papel de parede rasgado, frutas jogadas na parede. A câmara vira um personagem indefinido, com quem Marina troca diretamente, ora seduzindo, ora confrontando. O plano-sequência de ‘Ouro de Tolo’ traz essa crueza, como se fosse uma filmagem espontânea de um fã, e a capa do álbum também segue essa ideia de colagem, misturando imagens e referências, criando uma construção visual sem a intenção de marcar uma nova era, mas sim evoluir a estética que ela já vinha apresentando” – explica Vito.
O projeto chega com uma proposta especial, sinalizando completamente que uma nova era está entre nós. Todas as faixas do álbum serão acompanhadas de vídeos, ampliando a experiência estética e narrativa do trabalho. Numa Ilha, lançada anteriormente, já conta com um videoclipe próprio, e o de Ouro de Tolo, a focus track do álbum, chega em breve.
Com direção musical e produção de Janluska, que trabalha com Marina Sena como guitarrista desde 2021, que também assumiu a direção musical e dos shows no final de 2023. Jan já colaborou com artistas como Anavitória e Terno Rei. Com uma sintonia natural entre os dois, o álbum nasce com uma sonoridade de show, sendo inteiramente produzido com banda ao vivo. A primeira apresentação de Coisas Naturais será no dia 26 de abril, no Espaço Unimed, em São Paulo, reforçando a energia vibrante e dinâmica do projeto, que é para ser ouvido, sentido e assistido ao vivo. Este é o terceiro álbum de estúdio da artista, que sucede De Primeira (2021) e Vício Inerente (2023). Com Coisas Naturais, Marina Sena reafirma seu lugar como uma das vozes mais originais e inovadoras da música brasileira contemporânea, com um trabalho que transborda autenticidade, força e sensibilidade.